Ser pai ou mãe nem sempre é fácil e quando enfrentamos uma birra, o trabalho torna-se ainda mais complexo. Todos os pais já passaram por esta situação e muitas das vezes não sabem como lidar com ela.
O aspeto principal é: identificar a verdadeira razão da birra. Nas crianças mais pequenas, as birras acontecem com maior frequência pois encontram-se numa fase de aprendizagem e de construção da personalidade, criando alguma frustração e angustia. Também é na infância que uma criança cria a sua independência, levando a que haja momentos de confronto com os progenitores, que nem sempre é bem compreendida.
Mas vamos lá então ver as situações mais comuns que podem dar origem a uma birra.
Três das razões mais frequentes é a fome, o cansaço e, uma bastante frequente nos dias de hoje, a falta de rotina. Estes aspetos parecem não ter muito valor no que toca a uma crise por parte da criança, mas a verdade é que são das principais razões para que haja um colapso.
Existem ainda mais duas razões evidentes que podem ser frustrantes para a criança: dificuldade em comunicar com os adultos e indicações inconsistentes por parte dos mesmos. Por vezes, as crianças querem se exprimir ou explicar de determinada situação, mas esse processo nem sempre é fácil, nem sempre as palavras surgem para explicar o que querem ou sentem. Mas as dificuldades de comunicação não são exclusivas à criança. Também os adultos encontram dificuldades em adequar o discurso à idade da criança. Para além disso, muitas das vezes, os pais não estão em consenso sobre determinado assunto, dando orientações contrárias e inconsistentes, criando desorientação que culmina numa birra.
No entanto podemos evitar que determinadas situações aconteçam.
Uma das principais formas de prevenir as birras é estabelecendo regras e rotinas na vida das crianças. Qualquer criança, em qualquer idade, precisa de regras. Nós, enquanto sociedade, vivemos com regras diariamente e sem elas não seria possível de viver. Outro aspeto essencial é a criação de rotinas pois as crianças precisam de saber o que esperar no dia-a-dia. Estes são os pontos base para que uma criança viva equilibrada.
Ouvir a criança, mesmo que não se concorde com ela. Esta técnica também ajuda a que ela mantenha a calma, pois tem tempo para expressar o que precisa ou sente, e para que possa entender o porquê da resposta. Se não deixamos a criança falar e explicar o seu ponto de vista, e começamos logo a contrapor, ela vai entrar em modo “birra”, deixando de ouvir qualquer explicação e não entendendo o porquê de lhe ser negado determinado desejo.
Dar uma liberdade com limites e deixar a criança explorar as diversas situações da vida. As crianças precisam de descobrir o mundo, mesmo estando certo ou errado, para que cresçam de forma saudável. Claro que é necessário colocar regras e limites nessas descobertas.
Mas o mais importante de tudo é saber que estão a ser testados diariamente e que têm que manter a vossa postura para conseguir manter um bom rumo. E da mesma forma que é necessário repreender em certas situações, também devemos elogiar quando estes fazer algo positivo, mas sem exageros.
Outra dica para prevenir as birras é responsabilizar a criança pelos seus atos. Desde de tenra idade que eles têm a capacidade de compreender o que lhes é transmitido, embora nem sempre tenham o dom da palavra. Se lhes explicarmos o motivo pelo qual fizeram algo errado e chamá-los à razão, será para criança mais fácil de assimilar e não repetir novamente. Para isso também facilita ajudarmos às crianças a adaptarem-se a novas situações… saberem o que é ou não permitido fazer, em função do local onde se encontram, é muito importante, para que depois não haja constrangimentos.